Na cama,
vamos falar sobre o poema.
Problema?
Não.
PÓ - EMA.
Naquela época
vinham de fábrica
cigarros sabor leite materno
e as pessoas bebiam com graça
café preto com cachaça.
Eu tentava a vida toda
apagar da memória
- 89 anos de existência -
insistência talvez, naquilo
que não se resolve.
A dor que desatina o peito,
derrama o sal sobre o rosto.
A luta que nos veste de preto.
Aqui mesmo nesta ponte,
os anos passam e resta
apenas o que somos
-a outra metade do pão-
Miércoles mortais,
da quarta - feira de cinza,
um dia depois
da nossa própria vida.
Ricardo Abdala.
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